segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Rap egípcio lança canção contra Mubarak

'Rebel', do trio Arabian Knightz, fala sobre clima de tensão no Egito.
'Mubarak não fez nada para resolver o problema da pobreza', diz MC.
“A verdade é minha munição/ deixe explodir/como granadas em seu cérebro/ para reconquistar nosso terreno/ e nos ver livres desta gaiola”.
Os versos acima estão na música "Rebel", lançada em janeiro deste ano pelo trio egípcio de rap Arabian Knightz. A onda de protestos violentos contra o presidente Hosni Mubarak inspirou a faixa.
Os MCs Hesham Sphinx, Karim “Rush” e Ehab “E-money” vivem no Cairo, onde as manifestações contra Mubarak ocorrem desde janeiro. “Rebel” tem versos escritos em árabe e em inglês e foi lançada quando as manifestações se intensificaram. A Canção pode ser ouvida no my space da banda.
“Acreditamos que o mandato de Mubarak durou muito tempo. Ele retirou a maior parte da liberdade das pessoas e não fez nada para resolver o problema da pobreza no Egito”, diz Sphinx (“esfinge” em inglês), um dos membros do trio.
A banda foi criada em 2005 e pertence a uma cena de rap que surgiu na capital egípcia em meados dos anos 2000. Sphinx diz que o movimento não começou para fazer oposição específica a Mubarak: “Acontece que somos contra injustiça e, quando a percebemos, falamos sobre ela. Seja no Egito, na Palestina, Uganda, América, ou qualquer outro lugar”.
Quando não estão sobre o palco, Ehab trabalha como designer gráfico e seus colegas vivem do setor exportador. Escrevem e falam com fluência em inglês.
Durante seus shows, já foram ameaçados por oficiais do governo por tocar algumas de suas músicas mais polêmicas. Depois que lançaram “Rebel”, foram convidados para se apresentar na praça Tahir, principal palco das manifestações, mas negaram o convite. “Não queremos desviar a atenção da revolução que está acontecendo lá. A revolução é para o povo”, diz Hesham.
Do governo sucessor ao de Mubarak, o rapper diz que espera “muitas mudanças”. “Podemos começar com liberdades democráticas e benefícios para as pessoas. Mas a maior mudança seria se aqueles que estão no poder há muito tempo deixassem seus cargos. Os poderosos têm que dar lugar ao povo.”

Fonte: G1

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